“Tudo é último. (…) Quando os dias se misturam todos num dia em que é todos os dias. (…) Guardem as lágrimas para um dia de mais alta nomeada.”
Nenhum Olhar, José Luís Peixoto
Nas tardes insepultas: dias; todos somos filhos de um grande Amor triste: um dia. Apenas um entre muitos. Apenas um grande Amor entre muitos dias: o dia; a diferença do Amar: a dois. Um em dois: união.
Em ti a pergunta: sem resposta.
A Resposta que vive em mim: em nós.
Somos. Somo-nos – algo sem tempo, sem dias, sem horas – entre a pergunta e a resposta.
Em mim a resposta: sem pergunta.
A Pergunta que vive em ti: és.
És. És: sempre – tu em mim – infinito Ser. És um grito – no tempo, no dia, na hora eterna: noite – entre a resposta e a pergunta.
Em nós a pergunta e a resposta: morte e vida.
A resposta que vive em mim e a pergunta que vive em ti caminham de mãos dadas, entre a Vida e a Morte. Porque tudo é último: não existem perguntas nem respostas. Existe uma voz: nas vozes.
A voz do nós: silêncio partilhado por um eu e tu: cúmplices da cegueira e do olhar.
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