quarta-feira, 29 de abril de 2009

Maria Lírio

“Tu és como uma terra que ninguém jamais disse.” Cesare Pavese

A manhã
é um rio
que corre em segredo: naquele que ama.

E tu és o Lírio de água,
doce
e
singelo,
que dá nome às coisas.

Um dia não haverá mais humanos: o mundo vivo terá morrido. Todas as bolas de sabão: sonhos vividos ou sonhados terão sido pouca coisa – pura ilusão!
Esta é a decadência do Ser. O túmulo dos sentidos.
Morre, lentamente, o Ser quando tem tudo para viver – paradoxos da insatisfação.Onde vive o abraço da ternura? O gesto da amizade? O olhar de cumplicidade? O nada do Sentir? Onde pára o encanto?
Vazio. Muito vazio. Encheu-se o vazio. Vazio imenso. Infinito.
Assim caminha o Homem, pouco humano, cada vez mais só. De mãos dadas com a solidão, na estrada oca do vazio.
Ao seu lado vão os sonhos que não encontraram estrada, chão que não deu uvas.
Todas as Safiras e Ametistas foram sepultadas. Uma nova Era nasce morta: sem sabor.
Acorda, Homem! Ainda há dias para viver, Terra para pisar, sonhos para regar. Sementeiras para os teus sonhos acolher. Basta-te apenas querer. Querer Ser. Ousar Sonhar. Frutos colher.

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