quinta-feira, 7 de maio de 2009

A lágrima: vida.

“Um sorriso no retrato, uma lágrima lá caída era tudo tão perfeito. Era amor verdadeiro. O sentimento de revolta nasce dentro do meu ser. Porque foi que me deixaste? Onde foi que errei?”
“O riso, uma lágrima: o espelho no olhar…”
Outra vez (dava tudo), Dialectos

Há um vale escuro onde mora a dor que todos visitamos, quando um ente querido leva consigo uma lágrima que nos pertence e parte. Encetamos vidas imaginadas, vamos para lá do bem-querer só para ter a lágrima no seu lugar, outra vez! E abraçamos a Noite. Vamos para lá do anoitecer. Fingimos saber voar, saber ser. Esquecemos o nosso tempo dentro do Tempo. Morre a miséria que habitou em nós.
Deixamos de ser caminhos e passamos a ser lugares: únicos e perfeitos onde o Tempo não mora, onde a saudade não se demora. E deste Sentir que tudo ofusca deixamos a companhia das sombras, abandonado fica o vale escuro: sombrio beco onde a entrada é saída. A partir do abandono da dor – já depois de sentida e vivida – estamos no nosso momento, no nosso rumo, na nossa realidade: somos a “origem do pensamento”: testemunhas da felicidade.
Começamos a viver: soltamos os ecos de um passado, largamos as amarras ao pensamento e voamos dentro dos lugares que hoje somos: pequenos frutos colhidos nos caminhos que outrora fomos e tivemos de percorrer.
“Quantas vezes olhas para trás à procura de um sinal. Quantas vezes és capaz de enfrentar o mal? Alguma vez viste o mar? Sem saber para onde ir? Alguma vez viste o sol sem vontade de sorrir?”
Então, muito tempo volvido dentro do Tempo, aprendemos a melodia no Luar, aprendemos a “esquecer o próprio tempo”e damos valor às frases, muito mais do que frases, quando sabemos a origem do nosso pensamento, seguimos no nosso mundo, damos tudo outra vez ao fazer voar: o que em nós estava esquecido ou, tão-somente, perdido.

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