quinta-feira, 28 de maio de 2009

Foz: dentro de nós.

Não podemos dizer: “- Aquela pessoa é o demónio.”

Ninguém pode dizer isso de outro. Mas podemos dizer: “ – Às vezes o demónio habita certas pessoas, apodera-se do Sentir como um louco num castelo: tudo é tão grande. Tudo é imenso. Tudo o que não tem valor. Porque todas as coisas pequenas são sementes que brotarão num instante qualquer.” Tudo depende do Sentir e do Ser que enclausura sentidos em si. E às vezes o demónio visita os corpos no auge da solidão. Tirano e enganador vem de mãos dadas e coração aberto com o Tempo: um diabo reconhece e convida sempre outro, quer seja menor ou maior é um demónio. Um demónio nunca passa disso: alimenta-se toda a vida de ódio e pujança.
Às vezes encerramos mundos no mundo que somos, nós… Às vezes cicatrizam as feridas sem a ajuda de pós… E há vezes em que deixamos que morra um bom pedaço da voz que temos em nós.
Tudo isto porque às vezes há vezes em que nos sentimos sós. Mesmo quando somos do rio, a foz.

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